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Galeria de Fotos: Barco Ambulância de Pecixe

Barco Ambulância de Pecixe

Este projecto nasceu da observação do extremo isolamento a que está sujeita a ilha de Pecixe, uma das maiores ilhas da Guiné Bissau, com cerca de 125 km2 de superfície e cerca de 6 mil habitantes, situada em frente à foz do Rio Mansoa. Este isolamento é impeditivo do seu desenvolvimento em áreas tão importantes como a saúde e a educação, e por esse motivo, a Fundação João XXIII propôs-se a auxiliar na aquisição de um barco a motor, que se substitua às pirogas e outras embarcações tradicionais, no transporte de doentes, para o continente, e sirva de meio de comunicação entre as populações.

Tendo sido unânime o grande interesse em libertar a ilha do grande isolamento e em possibilitar a ação missionária, este assunto foi assumido como um novo projeto da Fundação de apoio à Missão de Blom

 

Uma viagem interessante à Ilha, Pe. Augusto Djata, Ofm

A Ilha de Pecixe é a primeira ou a segunda maior Ilha da Guiné-Bissau. Faz fronteira a norte com o Biombo, ao sul com a Ilha de Geta, a oeste com a Ponta Pedra e a leste com as Ilhas Bijagós. Tem uma superfície de 125km2 e sua população ronda os 06.000 habitantes. Tem 14 tabancas grandes, sem contar com as mais pequenas!

Um Grupo de Voluntários da Fundação João XXIII / Casa do Oeste (Portugal) visitou a Ilha, em 19 e 20 de Janeiro de 2012. Saindo de manhã, do porto de Sidja, no bote do Sr. Laurent (um francês que trabalha nas Ilhas Bijagós), chegaram à ilha por volta das 14.00 horas. Foram calorosamente recebidos pelos quatro professores recentemente afectos à Ilha, na companhia de seus alunos, bem como pelo jovem Alberto Sá, pelo enfermeiro Dino, também recentemente colocado na Ilha e mais outras variadas pessoas.

Ajudaram-nos a transportar as cargas para o centro administrativo, onde seriam recebidos e alojados pela parteira Fernanda, na residência do centro de Saúde. Seguiram-se de imediato os preparativos da cozinha, e o almoço teria lugar por volta das 15.00 horas: um delicioso e típico prato guineense, o “caldo de chebén”! A seguir, foi feita uma visita de cortesia ao Régulo Puncacaie.

Do regulado, foram para o outro extremo da Ilha, onde fica a tabanca de Omadja, junto da travessia da Ponta Pedra. Regressaram ao centro administrativo só por volta das 20.00 horas, onde deviam passar a noite, mas aconteceu que o grupo veio a decidir dormir na praia, ao ar livre, improvisando tendas como foi possível, à volta duma fogueira mortiça. Também aí foi improvisada a cozinha e se preparou o jantar.

Ao amanhecer do dia seguinte (dia 20), a partida estava prevista para as 08.00 horas, mas o mau tempo impediu o regresso e tiveram de esperar horas e mais horas pela maré conveniente. Embora impacientes, aproveitaram para contemplar as maravilhas do lindo céu e as belas praias da Ilha onde estavam! Passeava-se dum lado para o outro, esperando que voltasse a maré cheia. Era incómodo, mas não havia mais nada a fazer! Nestas circunstâncias, as senhoras resolveram novamente improvisar uma cozinha ao ar livre, com um pouco daquilo que sobrara do dia anterior. Assim mataram a fome com um almoço bem especial: uma sopa deliciosa, servida nos “pratos” também especiais, ou seja, as latas de sardinha, vazias! O Grupo soube realmente adaptar-se bem às circunstâncias desfavoráveis e, no fundo, foi mesmo uma aventura interessante!

Com a maré alta, por volta das 17.00 horas, conseguiram finalmente regressar a Biombo, tendo chegado ao porto de Sidja por volta das 18.00 horas. Assim terminou uma viagem difícil, mas bem interessante e sobretudo comprometida com a gente de Picixe, no desejo de a ajudar a sair de seu isolamento.